A municipalização do transporte escolar em Penedo foi bastante questionada pelos vereadores durante a sessão parlamentar realizada nesta quinta-feira, 12 de março. A incapacidade financeira e logística da Prefeitura, responsável ainda por frota insuficiente para atender demanda, justificou as críticas contra a adesão do município à proposta do governo estadual.
Os questionamentos foram abertos na tribuna da Câmara Municipal de Penedo (CMP) pelo vereador Ronaldo Vicente. Ele reclamou do que chamou de ‘olho gordo’ do prefeito Március Beltrão, referindo-se à quantidade de escolas estaduais pedidas à Secretaria Estadual de Educação (SEE), e da falta de cumprimento da palavra do gestor.
Surpresa
“Para nossa surpresa, o prefeito assina a adesão por R$ 400 quando disse para nós vereadores, por mais de uma vez, e também na audiência pública que só aceitaria por R$ 600. Por que aceitou pelos 400 então?”, indagou ao falar sobre o repasse do governo estadual às prefeituras, valor declarado por Március Beltrão como insuficiente para o aumento das despesas e motivo alegado para ele não aderir à municipalização do transporte escolar.
Apesar de suas declarações, o gestor municipal oficializou a adesão na última sexta-feira, 06. Outro problema gerado à Prefeitura de Penedo com a municipalização será o desgaste da frota, conforme análise do vereador Cidoca (Alcides Andrade Neto). O aumento da quantidade de viagens e dos percursos causará desgaste maior aos ‘amarelinhos’ que sequer estão com seguro em dia, segundo o parlamentar.
Seguro
“Se acontecer algum acidente, a municipalidade não tem como arcar com a a indenização das vítimas porque não tem nem R$ 17 mil para pagar o seguro dos ônibus”, declarou o vereador sobre mais um impedimento para uso da frota que totaliza 18 veículos, cinco parados por falta de manutenção, de acordo com Cidoca.
Adesão formalizada, o vereador Derivan Thomaz pediu a permanência dos atuais motoristas/ônibus contratados pelo governo estadual para transporte escolar a partir da Marituba do Peixe, Marituba de Cima e Murici, apelo feito em nome dos moradores das comunidades apoiado no plenário.
Em aparte ao pronunciamento do colega parlamentar, Marcelo Pereira questionou se os amarelinhos “vão dar contar” do serviço feito pelos empresários que atuavam na zona rural. Para Cidoca, se for apenas o preço do frete for observado pela Prefeitura para uma eventual contratação do serviço, haverá o risco de uso de ônibus inadequados conduzidos por motoristas despreparados para o transporte escolar.
Eleição
“O prefeito e o governador só querem saber do povo na hora da eleição. Se os donos dos ônibus não estivessem prestando um bom serviço, que fossem mudados, mas não por politicagem”, reclamou Valdinho Monteiro. O vereador falou sobre ainda sobre a situação lamentável da Escola Municipal Douglas Apratto, alegando que a atual gestão não deveria ter feito a municipalização porque não cuida nem do patrimônio que já tem.
Encerrando os discursos na tribuna, o vereador Nem Batista fez denúncias graves em relação ao processo seletivo recentemente realizado pela Secretaria Municipal de Educação. O Vice-Presidente da CMP afirmou que há cargos entregues para aliados políticos e pediu acompanhamento do Ministério Público Estadual em relação ao favorecimento que denunciou.
Indicados
Ainda durante a reunião parlamentar, o bloco de oposição indicou integrantes nomes para compor as Comissões Permanentes da CMP. Na Comissão de Constituição e Justiça foram indicados Ronaldo Vicente e Dr. Raimundo (Raimundo Souza). Para a Comissão de Finanças o indicado foi Nelsinho Azevedo (Antônio Nélson Oliveira de Azevedo Filho), enquanto que Valdinho Monteiro irá para a Comissão de Fiscalização.
Texto Fernando Vinícius – Jornalista MTB 837/AL